ANÁLISE DA ADIÇÃO DE REJEITO DE MINERAÇÃO DE FERRO NA PRODUÇÃO DE CONCRETO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL E COLABORAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE

Matheus Flávio de Oliveira Soares, Gustavo Ribeiro Jotta, Klinger Senra Rezende, Jônatas Viana Lopes

Resumo


Devido aos volumes excessivos de rejeitos gerados e
acumulados durante os respectivos tratamentos nas mineradoras
correlacionados aos seus respectivos impactos ambientais e
nas possibilidades de utilização desses materiais descartados
na construção civil, especificamente na elaboração de concreto,
fomentou-se tal pesquisa. Sua estruturação foi embasada nas
normas da ABNT, composta pelas etapas de Determinação de
Impurezas Orgânicas e de Caracterização Física de três agregados:
uma areia, extraída do Rio Doce - Minas Gerais (MG), contaminada
com minério de ferro oriundo do rompimento da Barragem do
Fundão; uma areia convencional, captada no Rio Ipiranga em
Porto Firme (MG) e uma brita convencional, extraída na Pedreira
de Ervália (MG). Posteriormente elaborou-se o traço 1:3:3, sendo
a água, dosada igualmente para ambos concretos, provinda da
rede de distribuição pública e o cimento classificado como Votoran
CP-II E32. Determinou-se também um traço 1:2:2 somente para o
concreto com areia contaminada aumentando a proporcionalidade
do cimento na hipótese do primeiro traço não atender à resistência
normatizada. Montou-se os copos de prova, aos pares, usando
ambos os agregados miúdos, separadamente, e os submeteram
ao Ensaio de Compressão Axial nos intervalos de 3, 7 e 28 dias,
concluindo assim as mesmas condições de ambiente e de proporção volumétrica às amostras antes de seus respectivos rompimentos. A areia convencional apresentou granulometria dentro da zona ótima e mesmo a granulometria da areia contaminada pertencendo apenas à zona utilizável, menos eficiente, esperava-se uma resistência superior à convencional devido às características físico-químicas do minério de ferro. No entanto, para o primeiro traço supracitado, a resistência do concreto com o material contaminado, mesmo que próxima em relação ao concreto convencional, foi de ordem de 1,5 MPa a menos, possivelmente justificada pela lixiviação do contaminante consequente das chuvas póstumas ao rompimento da barragem. Todavia, para o segundo traço, obteve-se um aumento de 82% de resistência, em relação ao traço 1:3:3, correspondendo a um total de 24,43 MPa aos 28 dias, superando a resistência mínima exigida pela atual norma e comprovando a possibilidade da inserção do rejeito de minério de ferro conduzindo para um meio mais sustentável.


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